Market Snapshot Imobiliário Lisboa 2023

 

LISBOA - CAPITAL DOS NÓMADAS DIGITAIS

Lisboa continua a ter motivos para sorrir, por ser uma das coqueluches das capitais da Europa, capaz de competir e destacar-se à escala global na atração de talento e empreendedores. Conforme tenho referido ao longo dos últimos anos, a competição hoje em dia é cada vez mais ao nível das cidades e regiões, e menos ao nível dos países, sendo o principal motor as comunidades de pessoas com interesses semelhantes que se podem encontrar nessas cidades. Como afirmava o CEO de uma empresa de investimento “Nós não investimos em países. Nós investimos em zonas urbanas”. 75% dos cidadãos europeus vivem em zonas urbanas. Estas zonas atraem talento e empreendedores que criam comunidades.

Quando falamos hoje de Lisboa, referimo-nos a uma zona urbana cada vez mais ampla e difusa, onde se concentram diversas comunidades. Estas incluem a comunidade do surf na Ericeira, destino de muitos estrangeiros, os milhares de brasileiros que escolhem a linha de Cascais para viver em torno do conceito “sol, praia & lifestyle chique” e os inúmeros estrangeiros que se espalham pela margem sul. O conceito expande-se cada vez mais para a zona litoral oeste, como Peniche, Óbidos, Nazaré e para sul, na zona de Sines. Na mente de um estrangeiro, tudo o que esteja a 1h de Lisboa, é Lisboa.

Um jovem nómada digital americano que trabalha na área das criptomoedas ao decidir mudar-se para a Europa, começa a pesquisar as cidades onde estão as comunidades mais dinâmicas na sua área. O mesmo acontece com os empreendedores na hora de escolher a cidade onde vão abrir a sua startup. A dimensão país é cada vez menos relevante como critério.

A análise da dinâmica do imobiliário deve ser feita neste contexto. Não faz sentido, a meu ver, afirmar que os preços no centro de Lisboa são incomportáveis para a classe média portuguesa, com expectativa que isso pudesse acontecer. Da mesma forma que os americanos da classe média não moram na Midtown de Manhattan, nem os ingleses no centro de Londres.

O centro das grandes cidades é cada vez menos para os moradores locais. É para cidadãos globais, cujo passaporte não importa, com elevada capacidade financeira e elevada mobilidade geográfica, que querem investir nas zonas mais caras e exclusivas das cidades.

LISBOA

  • Aumento de 1,3% no preço médio por m2 (4.225€) e diminuição de 3,7% no preço médio das transações de valores mais elevados (percentil 95% - 7.332€);
  • Redução de 1,5% no volume de transações de venda (11.164 imóveis vendidos);
  • Maiores aumentos no preço de venda por m2: Parque das Nações (14,4% - 4.697€), Beato (14,0% - 3.379€) e Alvalade (12,9% - 4.490€);
  • Aumento de 22,5% no preço médio/m2 das rendas (15,8€);
  • Queda de 20,3% no volume de arrendamentos (3.077 imóveis arrendados);
  • Aumento de 20,9% na yield bruta (4,5%);
  • O volume de negócio de vendas residenciais representou aproximadamente €5 bilhões para um total de 11.164 imóveis vendidos;
  • Os estrangeiros representam 29% das transações: Franceses em 1.º lugar seguidos de perto pelos Americanos.

Preço por m2 em Lisboa

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ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA (AML)

  • Aumento de 7,8% no preço médio por m2 (2.676€) e diminuição de 0,3% no volume de transações;
  • Maiores aumentos no preço por m2: Mafra (29,9% - 2.301€), Moita (27,7% - 1.359€) e Barreiro (26,7% - 1.623€);
  • Aumento de 19,5% no valor médio por m2 de renda (13,5€) e de 10,9% na yield bruta (6,1%).

FINANCIAMENTO

  • Subida de 381,5 pontos na taxa Euribor-12 (de -0,499% em janeiro de 2022 para 3,315% em janeiro de 2023);
  • Empréstimo de 300.000€ a 30 anos passou de 965€ para 1.577€ entre início de 2022 e início de 2023, resultando num aumento de 63,4% (custo médio estimado).

Preço por m2 na AML

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